sexta-feira, março 29, 2024

Proibição de mulheres ao volante deixa de vigorar na Arábia Saudita

No Brasil, não é incomum encontrar no trânsito mulheres ao volante. Elas dirigem carros, caminhões, ônibus e veículos articulados sem o menor problema. Porém, houve um tempo em que mulheres eram proibidas de dirigir segundo a legislação de alguns países. O último país a ter uma lei desse tipo foi a Arábia Saudita, mas isso mudou em junho deste ano.

O mês é uma data histórica para as mulheres sauditas, pois deixou de vigorar a lei que proibia mulheres de dirigir automóveis. Mas por que, em 2018, ainda existia um país que proibia mulheres de assumirem o volante?

‘Mulher no volante’

Ao contrário do ditado “mulher no volante, perigo constante”, são elas que menos geram acidentes e também que menos morrem nas ocorrências de trânsito em todo o país. A afirmação é do Seguro DPVAT, o seguro que ampara as vítimas de acidentes, que publicou um Boletim Estatístico com dados referentes ao período de janeiro a setembro de 2017.

Na distribuição das indenizações por sexo, por exemplo, apenas 25% foram pagas por mulheres. E mais: elas também aparecem menos nas ocorrências envolvendo motos e carros nas Indenizações Pagas por Morte.

Segundo uma pesquisa da Renault,  71% dos acidentes de trânsito são causados por homens. De acordo com dados do Ministério da Saúde, o número de homens que morrem no trânsito é quase quatro vezes maior do que o de mulheres.

Infelizmente, devido a crença de que mulheres são incapazes de dirigir – que existe até mesmo nos países que permitem que mulheres conduzam veículos – muitas tem medo do trânsito.

De acordo com a Associação Brasileira de Medicina de Trânsito, dois milhões de brasileiros não dirigem por medo, e as mulheres são maioria: 75% das vítimas de fobia de trânsito. O motivo é que elas são xingadas por outros motoristas e criticadas até mesmo pelos companheiros.

caminhoneiras
Time de mulheres caminhoneiras da empresa Transjordano.

Mas, aos poucos, essa realidade pode ser mudada. Muitas empresas e transportadoras incentivam a contratação de mulheres motoristas de caminhão, como a Transjordano, de São Paulo. Saiba mais na matéria: Caminhoneiras mostram que a estrada também é lugar de mulher.

Mulheres motoristas ao longo dos anos

Na história dos automóveis, elas também estiveram presentes. a primeira mulher a dirigir um carro foi a alemã Berta Benz em 1885, esposa do fundador da montadora alemã Mercedes-Benz. A primeira mulher a obter carteira de motorista no mundo foi a francesa e Duquesa d’ Uzès no ano de 1898. As informações são do O imparcial.

 

Veja também: Existe vantagem em contratar mulheres como motoristas?

Aqui no Brasil, a primeira mulher a tirar uma CNH se chamava Maria José Pereira Barbosa Lima, viúva do jornalista Alexandre Barbosa Lima. Saiba mais curiosidades sobre mulheres motoristas no vídeo da Paula Toco.

Já o dia 20 de junho foi um marco para mulheres sauditas, pois nessa data elas passaram a ter permissão para dirigir no país. A Ford foi uma das organizações que apoiaram esse movimento e, além de criar um programa de treinamento na sua rede para atender as novas consumidoras, também está incentivando mulheres jornalistas a conhecer e se integrar ao setor automotivo.

“A Ford está comprometida em oferecer os produtos, serviços e experiência de propriedade que nossas clientes na Arábia Saudita esperam”, diz Crystal Worthem, diretor de Marketing da Ford Oriente Médio e África. “Desde o anúncio do decreto real autorizando as mulheres a dirigir, temos trabalhado com nossa rede para dar boas-vindas a elas. É um processo contínuo e queremos evoluir junto com as necessidades das consumidoras.”

Imprensa automotiva

O fim da restrição abre também um novo campo para elas na imprensa automotiva. Ciente disso, a Ford Oriente Médio e África convidou duas jornalistas sauditas para um programa especial.

mulheres_ao_volante

Durante dois dias, Layan Damanhouri, do diário Saudi Gazette, e Nawal Turki AlJabr, editora da Seção Feminina do diário Al Riyadh e apresentadora de rádio, conheceram o trabalho dos times de desenvolvimento do produto, engenharia e comunicação da empresa.

As duas jornalistas conheceram os principais aspectos que devem ser observados ao avaliar e testar um veículo e como tornar as matérias e fotografias dos carros mais atraentes. “Foi uma excelente iniciativa que deu uma visão do jornalismo e da comunicação dentro da indústria automotiva”, comenta Layan Damanhouri. “Foi um bom começo para satisfazer minha curiosidade e me inspirou a pesquisar mais em revistas, Instagram e programas de TV da área.”

Por Pietra Alcântara

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